quarta-feira, dezembro 30, 2009

*PALAVRAS QUE BEIJAM


Palavras que Beijam

Nem necessita do toque da pele
Que suga o cheiro inalando o ar
Nem duma mão carícia que revele
A maciez acetinada no despertar

Beijam as palavras quando no olhar
Guarda o desenho como parte viva
Enamorando versos sem afugentar
Dos lábios a canção sem evasiva

Como flor que perfuma no silêncio
Unindo sílaba abraçando frases
Criando laços no decorrer milênio

As palavras beijam com sutileza
As mãos cultuando rimas bases
Vai as minhas no ósculo da leveza

sonia nogueira

Sentir o som macio destas frases
Que dizes mansamente em meus ouvidos,
Dos sonhos mais audazes, firmes bases,
Tornando assim meus passos decididos...

Palavras que me encantam e apascentam,
Sussurras carinhosa, docemente,
Ternuras tão suaves sempre alentam,
Tomando minha vida totalmente...

Qual fora um raro beijo que se dá,
No ser enamorado, na conquista,
Eu quero ouvir-te agora e desde já,
No zênite a esperança enfim se avista.

Poder ouvir a voz desta sirena,
Maravilhosamente doce e amena...

marcos loures

segunda-feira, novembro 02, 2009

*BUSCANDO CAMINHOS


*Buscando Caminhos*

Um que vai a procura da verdade
Outro que vem demolindo ilusões
Outros que se bifurcam na maldade
Conflito interior juízo e razões

Afluentes na procura do mar
Levando detritos d’alma impura
No voto a santidade pra almejar
O Céu como sacrifício e tortura

Olho o caminho da nossa origem
Tão obscuro como o rito final
Entre espinhos e pedras fuligem
Apenas o pó na certeza Divinal

Ah, caminhos de tantos rodeios
Onde aportar meu voar devaneios
***
SoniaNogueira

sábado, setembro 05, 2009

*SAUDADES*


* Saudades*

*Hoje a saudade bateu em minha porta

Querendo teu querer no meu querer

Fazer vigília, apagar “n” inúteis, varrer


Fazer das tuas mãos remo seguro

Juntos passear, rir das tempestades

Vetar abismo viver sonhos, realidades


Descalça na areia da praia deserta

Enamorar-te como o sol na água

Riscar do tempo o emblema frágua


Criar apenas nosso selo segredo

De tão amante e tanto desvelo

Que do tempo recusaria degelo


Vejo-te assim quase miragem

Apenas amor na sacola viagem

SoniaNogueira



sexta-feira, junho 12, 2009

*AMORES QUE FICAM*


*Amores que Ficam*
***
Quixadá terra da saudade
Amor primeiro e juventude
Das quermesses da amizade
Do cinema, primeira atitude
Do amor que veio na idade
Na mocidade recato amiúde

Dois amigos com respeito
De um colorido sem igual
A partida doeu no peito
Uma saudade una e igual
Com brejeirice fez um preito
Deu-lhe medalha original

Santa Terezinha madrinha
Era do seu dileto amado
Uma protetora de linha
Uniu-os de fé e bom grado
Contou com esta santinha
Proteção pro seu amado

As cartas iam e vinham
Mesmo sem o teclado
Guardou-as, elas continham
Um amor do outro lado
Três anos, letras rascunham
254 entre namoro e noivado

Filhos vieram são quatro
Netos todos muito amados
De ouro as bodas em retrato
No palco da vida os achados
O amor resistiu em anfiteatro
No círculo o coração abastado

Prezados Carmen e Aldemir
Que plantaram amor eterno
Entre chuvas trovões a seguir
Seca, verão, outono, inverno
Plantaram colherem porvir
Da vida o afeto em duerno

Parabéns pelo exemplo vivo
De uma duradoura união
Que hoje apenas improviso
Desfaz-se na contramão
Deus os guie sempre em riso
Segurando em vossa mão

Parabéns pela façanha vida
Que é árdua e sem medida
Nada destrói os que amam
Os olhos sempre proclamam
Só com amor somos providos
Só com Deus somos ungidos.

Sonia Nogueira *sogueira*

Hoje A Sociedade de Assistência aos Cegos, que tem
como presidente a senhora Josélia Almeida, esposa
do saudoso Dr. Waldo Pessoa
Homenageou um casal Carmen e Aldemir, que fizeram do
amor um
exemplo de vida. Mais de um século de casamento.
Compareci a festa recitando um poema em cordel

Foram também homenageados no maior jornal de
circulação da nossa cidade.
***

quarta-feira, maio 27, 2009

*NÃO MORRO DE AMORES*


*Não Morro de Amores*

Pelas trevas que apagam a luz
Pela palavra que desvirtua o ser
Pelos que fortificam a árdua cruz
Pela permuta do ser pelo ter

Pela ambição sem a medida certa
Que atropela outra caminhada
Na túnica que disfarça a coberta
No falso sorriso de mão atada

No amor que sonega um abraço
Dos amigos que nunca ficaram
Da ausência que finge cansaço
Da armadilha dos que partiram

Não morro de amores pela inveja
Que entorna o copo na bandeja
Sonia Nogueira *sogueira*

sábado, maio 16, 2009

*AMAI PARA ENTENDÊ-LAS*


*Amai para Entendê-las*

Abro a janela numa noite rendada
O olhar extasiado voa as alturas
Indaga numa angústia abnegada
Ouves-me oh astro em formosuras

Nesta galáxia de imensa constelação
E milhares de seres da terra meta
Em qual vácuo está o outro coração
De bondade tanta que me completa

Como estrela cadente que cintilas
Leva-me como os reis Magos luz
À morada do amor na tela em trilha

Sem as amarguras os desenganos
Da futilidade que em forma de cruz
Faz do amor a fraqueza dos profanos
***
Sonia Nogueira *sogueira*

*RITMO E SEDUÇÃO*


*Ritmo e Sedução*

Ao som da melodia me dou inteira
Nos braços os laços que entrelaçam
Soa a música como som cordilheira
Numa frenética sonoridade esvoaçam

Sob o luar numa altitude serrana
Onde casais em extasiado canto
Flutuavam ao som do sanfoneiro
Uma valsa de melodia e pranto

Nada ofuscava os pares dispersos
Embalados na emoção do requinte
Como se o mundo fosse universo

Somente daquela noite e momento
Que faz sedução da melodia brinde
No fascínio dos valsantes o talento

Sonia Nogueira *sogueira*

sexta-feira, maio 01, 2009

*VENTOS QUE ME LEVAM*


*Ventos que me Levam*

Para onde nem sei e para quando
Em qual direção as velas rumam
Deixo-me levar como folha girando
Juntos o coração e olhos clamam

Vou seguindo com roteiro, in-certo
Soltando leme navegando a ermo
No porto não estás, é só deserto
Na praia só há um fruto aspermo

O vento passa soprando a pele
No frio não encontro teu calor
A mão não toca dispensa a tele

Da paisagem descrita na gravura
Nada encontro e olho o sol se por
Duas paixões dispersas nas alturas
Sonia Nogueira

quinta-feira, abril 23, 2009

*AO SOM DO PIANO*


*Ao Som do Piano*

Pronunciei teu nome sob o silêncio
O teclado deslizou com euforia
Em cada tecla a canção em extasia
Soava como um lampejo milênio

Os acordes balavam sob o olhar
Da emoção que esposava o som
Numa dualidade das mãos em dom
Na partitura que a leitura faz vibrar

Declinei-me na janela mirei o luar
Que deslumbrava com a melodia
Enviando um olhar de alforria
Para a canção de canto secular

O teclado balbuciou teu nome
O sol oculto piscou o sobrenome

Sonia Nogueira *sogueira*

segunda-feira, abril 20, 2009

*Encante-me*

Com o mesmo brilho das palavras
Que flutuam como folhas vendaval
Na descontração que me embalas
Na fluidez da criação sem igual

Encante-me em qualquer primavera
Com ou sem flores postas à janela
Mesmo que falte sob a atmosfera
E o sol obscureça a aquarela

Na pequenez de todas as horas
Ou na distância em anonimato
No diálogo das frases outrora

Veste-me do teu céu com luares
Que seja na manhã de encanto
Ou no entardecer em teus pomares

Sogueira

No entardecer de abril, em pleno outono,
Em multicores sendas, quente e frio,
Depois do prolongado e duro estio,
Nas glebas da tristeza em abandono...

Do sonho mais profícuo, imenso sono,
O coração se eleva do vazio
E enquanto a solução eu penso e crio
As vestes que sufocam; abandono...

E creio que talvez reste uma chance
De ter além do quando a vista alcance
Pomares encharcados desta fruta

Que tanto imaginei, delícia e sumo,
Após o temporal, teimoso, aprumo
E o velho timoneiro ainda luta...

Marcos Loures
***
Sonia Nogueira

quarta-feira, abril 01, 2009

*AO MIRAR-TE*

*Ao Mirar-te*

Vejo a mão do escultor sobre a tela
Projetada com esmero e requinte
Numa amplidão mágica revela
Todo poder ao olhar de um pedinte

Para que tenha o mesmo direito
De usufruir da festança um naco
Mesmo como passageiro com preito
Pousar distante com olhar opaco

Tudo encontro no desenho da arte
Terra imensa sem alguma valia
Tesouros acumulados em baluarte
Mãos que trabalham outras em abolia

Tudo projetado em abundância
Luar poético ou vento em esplendor
A canção das aves em consonância
O gemido do trovão, do sol torpor

Está bem ali a tela suspensa no ar
Abastecida de amores e desamores
De sonhos que nunca vão brotar
De sucessos de domínio raptores

Tu terra amada fértil e grandiosa
Ao mirar-te em tua beleza suprema
Choro-te por tanta mancha nebulosa
E ocultas nela teu poder- dilema

Sonia Nogueira *sogueira*

quarta-feira, março 04, 2009

*TATUAGEM*

*Tatuagem*

Tatuei-me com os pingos da chuva
Umedeci o coração que vigiava
A passagem no caminho da curva
Pra levar a mensagem que bradava

Sobre montes, percorri na distância
Nos ares o eco segue em surdina
No calor que a palavra é constância
Nunca embarga a emoção canina

Preserva até o ritmo da cavalgada
Mesmo que na margem haja afluentes
O barco segue a rota destinada

Ancora no porto do teu cantar
Pro meu coração probo auscultar
Na sutileza dos sonhos apetentes

Sonia Nogueira *sogueira*

Não sendo tão somente uma miragem
Que torna este deserto mais ameno,
O sonho que deveras concateno
Transforma com vigor esta paisagem.

Mudando de repente a velha aragem,
Eu sinto este desejo, agora pleno,
Tocando a minha pele este sereno,
Movendo com paixão tal engrenagem.

Lavando enfim minha alma desairosa,
Por mais que a vida seja caprichosa
Tu trazes as respostas que procuro,

Em tuas mãos, querida timoneira,
Encontra ancoradouro esta praieira
Teus olhos um farol em mar escuro...

Marcos Loures

*Sogueira*
-Eu Poesia Contos e Crônicas
- No Reino de Sininho
-Livro Técnico

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

*PORTAS ABERTAS*

*Portas Abertas*
***
Todas as portas estão abertas
Onde encontrar o portal da saída
Demolir os muros das descobertas
Distinguir no degrau o olhar da subida

Rasgar das máscaras falsos critérios
Mostrar a face, baixar o véu negro
De um passado abonar os mistérios
Riscar do caderno o chavão egro

Limpar as tradições da história real
Trocar o sacrário pelo profano
Ocultar o Deus dos desenganos

Na ilha da fantasia quase irreal
Como colocar o guizo no felino
Quando todos estamos no varal
***
Sonia Nogueira *sogueira*

***
-Eu Poesia Contos e Crônicas
-No Reino de Sininho, infantil
-Livro Técnico