*O Folclore Brasileiro
22 de agosto
Brasil que não nega sua herança:
Do nativo os costumes deixados,
Do negro no samba que dança,
Portugueses por todos os lados,
Em cada região um mito ou lenda,
Um contador de história na gíria
Uma falação que de encomenda,
Vira explicação mesmo empiria.
Saci de uma perna só e cachimbo,
Espanta cavalo, pula, gargalha,
Cobra de fogo, Boitatá ringindo,
Boto Rosa na Amazônia encalha.
Mãe D’água, e beleza da sereia,
Com encanto o homem conquista,
Sem Cabeça vem a Mula, semeia,
Cruz credo o pároco da na vista.
Assusta os caçadores, o Curupira,
Os pés, voltados para trás, engana,
A mulher da meia noite é figura,
Some no cemitério, que tirana!
Vem Zumbi a figura do Guerreiro,
Nos medos infantis a Bruxa é má,
Na lua o lobisomem sorrateiro,
Faz seu jantar de sangue no luar.
Nas brincadeiras a pipa, a quadrilha,
Esconde-esconde e amarelinha,
Bumba-me- boi, capoeira na trilha,
Passa o anel, bola de gude na linha.
Brasil folclorista de festejos e taças
misturas de povos, herança das raças.
Sonia Nogueira
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